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Donos da Caneta

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Pode Cair que é Promoção!

Nenhuma promoção a vista.... Por enquanto!

Caiu no gosto

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Seguem o que Caiu no Papel

Caiu no Papel

O que posto aqui são as coisas mais importantes que já publiquei em qualquer lugar. São trechos de momentos que passei, são frases que formulei, são suspiros que deixei escapar em algum momento que não me policiei. E todos tropeçaram nos meus olhos e se estatelaram diante de mim enquanto estava com uma caneta e um papel á frente. O que está aqui primeiramente Caiu no Papel.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Borrão












Sua pressa e sua prece.

(- Mágramática, O Teatro Mágico)

----

Inspiração que foge.

Desânimo que se aproxima.

Mais um dia passa
sem nenhuma rima.

O dia cansa.

A tarde atrasa.

A noite não passa.

Componho minha prece.

A vida tem pressa.


Autoria: Preta - | Caiu no Papel dia: 23/12/2010
Caiu no Papel de quem? - Preta - , e isso foi ás 14:00 1 papéis caídos |

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Poema sem nome, sem papel




O céu de Ícaro tem mais poesia que o de Galileu. (...) Querendo enchergar mais longe sem saber voar, desprezando as asas que você me deu. Tendo a Lua aquela gravidade aonde o homem flutua merecia a visita não de militares, mas de bailarinos e de você e eu.

(- Tendo a Lua, Os Paralamas do Sucesso)

----

Tão simples lhe deixar livre
como é desejar estar ao seu lado.

Fácil a despedida
como sentir sua falta.

Tão difícil esquecer
como impedir as lágrimas.



Que a cada novo dia
a bela Manhã lhe acorde com
o sereno beijo que as Estrelas
lhe mandaram de despedida,
já que precisavam deixar o Sol
brilhar e sempre esquecem de te acordar
para elas mesmas o entregararem.

Que a cada tarde
os pássaros lhe tragam um
novo acorde, nova melodia,
nova música para acompanhar
sua rima.

Que a nossa Solidão
se encante pela do outro
e saiam dar infinitas voltas
enquanto falamos com o Vento
sobre as muitas direções
que o Destino pode ter.

Que a cada pôr-do-Sol
olhe pela janela da casa
e enxergue além dos telhados,
muros, postes e ruas - que
o Humano insiste em erguer
e fazer para impedir
da aquarela de Deus
surgir - e veja que
nenhuma morte é tão bela
e cheia de vida
como a do Sol a cada dia.

Que a Lua reflita sobre o Lago,
mas que seja logo - antes que seque.

Que você seja então
Cheio de alegria,
Minguante de tristeza,
Crescente em espírito e
Novo a cada dia.


Autoria: Preta - | Caiu no Papel dia: 17/12/2010
Caiu no Papel de quem? - Preta - , e isso foi ás 00:20 0 papéis caídos |
Marcadores: Poesia, Preta

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Cor e brilho





E foi até estranho, a gente nem deu conta, talvez na outra ponta alguém pudesse pensar: 'menino vaga-lume, flor, menino estrela, a brisa mais forte veio te buscar'. Pra temperar os sonhos e curar as febres, pra inserir nas preces do nosso sorriso, brincando entre os campos das nossas idéias, somos vaga-lumes a voar perdidos.

(- Vagalumes, O Teatro Mágico)

----

Por que a chuva não
cansa de cair?
Gostaria de saber se
ela deseja sufocar as
flores amarelas do campo
ao lado da estrada
ou os dentes-de-leão -
para que não voem mais como aquele dia.

Por que ela não para de
molhar a rua?
Chega de faxina agora.
Me deixe colocar um
pouco de ordem na vida!

É tão importante para
você preservar o verde
do campo misturado com
o barro do solo?
Esqueça aqueles olhos
ao menos por um dia.


Pé na estrada,
poça d'água nos passos e
vou seguindo olhando o
reflexo deformado dos postes
nas poças agitadas por
essa chuva - hora amiga,
hora inimiga -,
transformando o brilho
em fagulhas irreais.

Carros não me vêem
e pessoas não me notam.

Por que sou a única
que parece não se
importar em molhar
os pés enquanto
atravessa o rio em
que se transformou a rua
depois da ponte?

Asfalto,
paralelepipedo,
pedra,
cascalho.

E a chuva chorando,
sempre presente.

Por que não desafogo
os presentes?
Sei que eles merecem
um futuro longe dos meus
ciumentos e
estranhos braços,
mas preciso de provas
de que o passado era presente.
Um passado que ficou
nas lembranças.

E a chuva.
A mesma chuva.

Ela também reclama a
sua falta,
por que pensa que ela
não pára de cair?

E na reta final
do caminho onde
só havia casa fechadas,
postes ligados, chuva caindo
e eu andando,
me deparo com uma vasta escuridão
no final da estrada.

Nenhum poste ilumina
aquele local, ninguém
acha necessário,
ninguém julga importante,
fora eu e, talvez, quem sabe, você.

Nenhuma luz para
iluminar o campo.

O que há ali são pequenos
lampeões verdes
(queria lhe mostrar, lembra?).
Faíscas que não queimam a relva
e nem são, tampouco, como as
que havia visto nas poças d'água
quilômetros antes,
pois essas eram
reais, como você foi
- e ainda é.

Quando lhe fiz notar uma
única faísca destas
que vagava solitária
ao lado da casa,
ela deve ter lhe visto e
ficado fascinada
com seus olhos, e, assim,
tentada á produzir
o mesmo brilho.

Pois o que eu via
agora era,
não uma faísca solitária,
mas dezenas delas
iluminando o verde campo
que a noite chuvosa
pintou de negro.

A triste, chorosa e saudosa
chuva não suporta esses
lumes verdes a lhe
lembrarem desse brilho
que mora no seu manso
olhar - á ela basta
o martírio doce
de ver a cor deles
nesse campo encharcado -,
e tenta apagar,
á custo e sem sucesso,
essas fagulhas antes que
se transformassem em
labaredas em mim.

Chuva ciumenta.
Vagalumes invejosos.
Olhos encantados.
Sorriso nos lábios.


Autoria: Preta - | Caiu no Papel dia: 08/12/2010
Caiu no Papel de quem? - Preta - , e isso foi ás 00:44 0 papéis caídos |
Marcadores: Poesia, Preta

domingo, 14 de novembro de 2010

Essência






Diga quem você é, me diga. Me fale sobre a sua estrada, me conte sobre a sua vida, e o importante é ser você mesmo que seja estranho. Seja você mesmo que seja bizarro, bizarro, bizarro.

(- Máscara, Pitty)

----

Tudo que é facilmente entendido
é entediante para mim.


Não me atrai, se não pela beleza,
o vôo de uma borboleta;
Ela é dona de duas enormes asas
e possue um corpo leve e gracioso.

Me fascina é o vôo da abelha;
é dirigida por duas incolores e
delicadas asas
e seu corpo é grande e pesado.

O vôo da borboleta é belo;
o da abelha é mistério.


Tudo que é óbvio, em pouco tempo,
se torna á mim indiferente.

O elefante derruba e arrasta enormes
árvores;
Mas isso todos já esperam.

Já a formiga carrega sobre si
muito mais do que pesa;
Pequena notável.

A força de um elefante é grande;
a de uma formiga é fascinante.


Tudo que é escandaloso demais
me gera dúvida.

A cigarra canta e encanta no verão e depois morre.
No inverno ninguém conta sobre sua canção.

Já a aranha vive solitária no seu silêncio,
tecendo sua teia tão forte
com seus patas tão delicadas.

A cigarra morre com seu barulho;
a aranha vive pelo seu silêncio.


Tudo que me confunde faz com que
me enclausure na solidão.

Preferindo deixar de ser delicada
e facilmente entendida como a borboleta
para ser mais maciça,
portadora de ferrão e misteriosa
como a abelha.

Preferindo não ser tão facilmente notada
como o grande e forte elefante,
mas sendo uma simples e pequena,
porém forte, formiga.

Preferindo não cantar tão alto e bem
quanto a cigarra,
mas tecer minhas composições
solitária e silenciosamente
como a aranha.


Mas, de tudo, almejo ser
alguém por quem tenho enorme respeito.

Alguém que nem sempre entendo,
que quase sempre repreendo
e sempre busco aconselhar.

Pode não ser a melhor pessoa
que se possa achar,
mas é quem nunca irá
me abandonar.

Meu sonho é sempre ser
eu mesma.
Nada menos, nada mais.


Autoria: Preta - | Caiu no Papel dia: 15/10/2010
Caiu no Papel de quem? - Preta - , e isso foi ás 14:01 0 papéis caídos |
Marcadores: Poesia, Preta

sábado, 6 de novembro de 2010

Espírito atemporal












Chove, mas como chove. Chuva, chuvisco, chuvarada. Por que é que chove tanto assim?

(- Chuva, chuvisco, chuvarada, Cocoricó)

----

A chuva cai
la fora com
a mesma força
com que as lembranças
caem sob meus olhos.

Os trovões não
iluminam esse
dia apagado
mas seu grito
de liberdade
nos faz querer
ficar confinados
dentro do quarto.

O barulho das
gotas d'água
que se chocam
contra o telhado
entram em sincronia
com meus pensamentos;
só fazendo eco
dentro da casa.

O céu tenta
escolher entre
as cores branco,
cinza ou azul-apagado
ao mesmo tempo
que tento decidir
qual o próximo
passo a ser dado.

Quando penso que
o céu já chorou todas
as suas lágrimas,
gritou todas as
suas mágoas e
deixou cair todas
as lembranças,
vem um novo
brado eufórico
que faz novamente
meu corpo encolher.

Não por surpresa.
Não por medo.
Mas por uma coisa
que ainda não sei
o nome.

É como se essa chuva
- de espírito tão
inconstante -
quisesse me mostrar
o quanto somos
parecidas.

Por mais que a estiagem
seque a fonte
que há em meus olhos
tentando desidratar
meu coração,
a tempestade de
lembranças um dia
volta e faz
com que meus olhos
voltem a verter água.

Nunca se sabe
quando se acaba
a estiagem ou a
tempestade -
não a do meu espírito.

Veja,
a chuva voltou
a cair lá fora.


Autoria: Preta - | Caiu no Papel dia: 05/11/2010
Caiu no Papel de quem? - Preta - , e isso foi ás 12:43 0 papéis caídos |
Marcadores: Poesia, Preta

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Caos invisível








I can't keep up and I can't back down, I've been losing so much time. All of the things that I want to say just aren't coming out right, I'm tripping on words, you got my head spinning. I don't know where to go from here. Cause it's you and me.

(- You and me, Lifehouse)


----

Quando não se
sabe o que pensar,
o que se deve falar?

O que fazer quando
o espírito quer gritar
mas está tão fraco á
ponto de se calar?

Para onde correr quando
se quer desaparecer mas
as correntes dos seus
pés não querem ceder?

Como encontrar no céu
o Cruzeiro e seguir em
frente em meio ao
grosseiro nevoeiro?

De que forma ir
se deitar e repousar
se o que os olhos querem
é vigiar o cricrilar?

Como tornar possível
o toque da pele quando
descobre que é seu
misto sorriso que o repele?

E como ao menos
chorar ou sorrir quando
não se sabe para onde ir?

De que adianta ter segredos
á lhe martirizar quando
não há em quem confiar?

O que fazer quando a
caneta quer descrever,
com tinta preta,
o brilho alvo de um cometa?

Como proceder se o
peito está sempre á doer
e não há na terra
a quem recorrer?

De que forma se decidir
a cantar ou sorrir
se os lábios se negam a abrir?

Esse humano segue
enquanto todos o olham
mas ninguém o percebe.

Sente que ninguém realmente
o compreende.

Alguns dizem que amam,
mas nem o entendem
(ou se esforçam para isso).

E na busca por um lar,
espera encontrar quem o
saiba realmente amar.

Colocar o caos no lugar,
docemente o piorar e,
ao mesmo tempo,
sempre elogiar o dia
que seus caminhos
começaram a se encontrar.


Autoria: Preta - | Caiu no Papel dia: 03/11/2010
Caiu no Papel de quem? - Preta - , e isso foi ás 03:10 0 papéis caídos |
Marcadores: Poema, Preta

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Trutero







Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida, com alguns bons amigos bebendo de bem com a vida.

(- Aquarela, Toquinho)

----

Amizade é aquela palavra que abrevia;
abrevia o sofrimento,
a dúvida,
a confusão.

Amizade verdadeira é aquela
que pra sempre
permanece no coração.
Aquela necessária.
Aquela importante.
Aquela que se faltar,
você fica sem saber
o que fazer.

É aquela que você chama
de amigo,
amigão,
'truta do coração'.


Autoria: Preta - | Caiu no Papel dia: ?/01/2010

Caiu no Papel de quem? - Preta - , e isso foi ás 14:55 0 papéis caídos |
Marcadores: Poesia, Preta

sábado, 30 de outubro de 2010

Bom dia, Doença









Vou apagar de vez cada passo teu e eu só vou me curar quando disser 'adeus'. Amanhã talvez, longe, em outro lugar; Tudo vai passar quando eu disser 'adeus'.

(- Quando eu disser adeus, Ls Jack)

----


Engraçado como é. Como somos.

Quando lhe dei aquele 'tchau' julgava que nunca mais pensaria nisso tudo.
Aquele dia era o último que eu teria uma conversa realmente constante com você, uma conversa sobre algo sério, mas só me dei conta disso há pouco tempo, depois de tanto tempo já passado.
Talvez o que eu tenha feito desde essa despedida foi ficar sozinha, sem desejar conhecer e ser conhecida tão profundamente de novo, sem realmente gostar de alguém - me tornando uma medrosa maior do que já era, com certeza.
Devo ter me descuidado muito de você, e de um modo tão absurdo que, por vezes, quis que estivesse aqui novamente - como acordar e ver que o erro de tudo é do relógio que marcava as horas erradas dia após dia mas que agora vai começar a funcionar corretamente -, ou que eu encontre um segundo 'você' pra ser capaz de amar.
Não consigo abrir meu coração de modo que ele seja capaz de ser completamente contaminado por essa doença (tudo que tira o sono, acelera o coração e faz perder o ar, para mim, é doença) da qual antes eu padecia e, desse jeito, sofro de outro mal que meu peito costuma chamar de 'solidão'.
É, essa me sorriu secamente um 'bem-vinda' quando eu lhe dei aquele 'tchau'.
Mesmo receosa (e com mais medo do que esperança), passo os dias suspirando no mais íntimo e tímido canto do meu coração - sim, esse que bate em meio ao emaranhado das cicatrizes - que eu encontre ou seja encontrada por alguém que não seja como você, que não seja você. Mas que seja pra mim (e vice-e-versa) e que me dê a força que há anos preciso pra lhe dar não um mero 'tchau', mas um curto, simples e definitivo 'adeus'.
E que, no piscar de olhos que acontecer depois disso sejamos capazes de compreender tudo o que aconteceu, e que realmente tudo isso chegou ao fim.
E lhe dando esse breve 'adeus', essa tal solidão também entenda o recado e se vá. Ela me lança o 'adeus' que tenho tanto tempo esperado e a doença mais desejada do mundo me sorri seu doce 'bem-vinda'.


Autoria: Preta - | Caiu no Papel dia: 29/10/2010
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Marcadores: Preta, Texto

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Oculto








É tão bom ter alguém pra te ouvir, é tão bom ter alguém que se interesse, saiba te entender. É tão bom me sentir a vontade pra dizer a verdade, ser aceito como eu sou.

(- Anjos, Henrique Cerqueira)

----

Meu desejo é que você encontre o melhor.

Que veja na margarida
uma singela companheira;

Que na cigarra encontre
o mais musical amigo;

Descubra na andorinha
a mais eficiente conselheira.

Que decifre do vento
o mais suave beijo;

Sinta nos raios do sol
o mais aconchegante abraço;

Traduza o brilho das estrelas
e descubra o olhar mais apaixonado;

Que na solidão da lua entenda
a companhia mais confiável.


Autoria: Preta - | Caiu no Papel dia: 23/10/2010
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Marcadores: Poema, Preta

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Menino no espelho










Enquanto houver você do outro lado aqui do outro eu consigo me orientar. A cena repete, a cena se inverte enchendo a minh'alma daquilo que outrora eu deixei de acreditar.

(- O anjo mais velho, O Teatro Mágico)

----

O menino no espelho observa
seu mundo de três paredes.

Ele esta sempre pronto para
imitar cada movimento feito
na sua frente com perfeição.

Desejava sentir as emoções
que reproduzia, não pode.

Apenas viu tudo de seu lar
frágil e não era visto por
ninguém.

Condenado a solidão e o
desprezo nunca saberá
o que é ser humano.

Um menino desastrado
esbarrou no espelho e
tal caiu.

O menino se partiu e
ninguém tentou ao
menos consertá-lo,
para nada mais
prestava.

O menino esta no
escuro.

Não decifraram o
seu segredo.

Autoria: Jordão Tomaz | Caiu no Papel dia: ?/10/2010

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Marcadores: Jordão Tomaz, Poema

sábado, 23 de outubro de 2010

De novo, novamente.



Fico pensando onde está você e se você estaria pensando em me encontrar: Como sou, onde estou e onde quero chegar? Como sou, como é que vai ser e onde vou te levar? Mas se você me ver, pode acenar pra mim (já pensou que louco te encontrar assim?). Me encontra, ou deixa eu te encontrar.

(- Me encontra, Charlie Brown Jr.)

----

Onde está seu ouvido,
que sabia de tudo
que me afligia?
Onde está a sua voz,
que mesmo sem eu
notar, me dava paz?
Onde está seu olhar,
que me deixava
mergulhada em calmaria?
Onde está seu riso,
que embalava
minhas lembranças?
Onde está seu abraço,
que me cercava
de carinho?
Onde está sua mão,
feita para segurar
a minha?
Onde está sua presença,
que fazia a minha
tão feliz?
Onde está sua calma,
que me fazia
tão bem?
Onde está seus pés,
criados para andar
ao lado dos meus?
Onde estão seus esforços
que me mantinham perto
quando queria fugir?...


Onde está você -
por onde tem andado
enquanto repito a
mim mesma a
mentira de que
não sinto mais
sua falta - ?

Onde está você -
que ainda não aprendeu
como ouvir na brisa
minha muda prece para
que me diga
por onde andou
por esse tempo todo,
e que voltou por
saudade minha,
saudade maior que você,
amor maior que saudade - ?


Autoria: Preta - | Caiu no Papel dia: 16/10/2010
Caiu no Papel de quem? - Preta - , e isso foi ás 07:52 1 papéis caídos |
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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Reserva invisível









Mas e agora a madrugada já terminou, mais um dia passou e você não chegou, vou continuar a esperar.

(- Na madrugada, Iupi)

----

Não sei o que espero.
Não sei a quem espero.
A única coisa que sei
é que devo esperar.

Devo manter essa minha
reserva.
Essa reserva
de desespero,
de dor,
de alegria,
de decepção,
de amor.

Tenho que continuar
reservando
esses soluços,
esses risos,
esses beijos,
esses passos,
esses abraços,
esses olhares,
esses poemas,
esse coração;

Que mesmo batendo
compassadamente,
quer um dia ficar na dúvida
entre bater ou parar.


Autoria: Preta | Caiu no Papel dia: 17/08/2010
Caiu no Papel de quem? - Preta - , e isso foi ás 17:47 0 papéis caídos |
Marcadores: Poema, Preta

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Esperança dourada

Roseira cheia de espinhos
crestada ao frio de junho,
são iguais nossos destinos,
temos o mesmo infortunio.

A nossa sorte é a mesma;
contrariá-la é debalde,
pois secaste de tristeza
e eu sucumbo de saudade.

(- Da Costa e Silva)

----

Falta você aqui para
abrir o céu e segurar
minha mão direita.

Nossos momentos escritos
nas folhas da primavera
se soltaram dos galhos
do Ipê amarelo que
nos cobria com
sua sombra.

Sorriamos entre beijos e ternura.

Nosso carinho foi levado
pelo vento, se espalhou
por quatro horizontes.

Saudades e distância.

Doces lembranças dos
dias em que o futuro
você desenhava e eu
coloria.

A flor que me deste guardei
dentro dum livro, se foram as
cores e a vida, mas sempre que
a vejo, ela também retribui o
meu olhar.

A falta que você me
faz retrai parte de
minha alegria.

Só continuo sorrindo
porque tenho esperança
de estar novamente com
você aqui debaixo do
Ipê amarelo.



Autoria: Jordão Tomaz | Caiu no Papel dia: 11/10/2010
Caiu no Papel de quem? - Jordão Tomaz , e isso foi ás 12:52 1 papéis caídos |
Marcadores: Jordão Tomaz, Poema

terça-feira, 12 de outubro de 2010

A Mulher e o Pássaro










Faze de mim o que quiseres, menos esquecer-me.

(Trecho de uma carta de Heloisa a Abelardo)

----

Dentro do seu peito plana um

pássaro negro, sua respiração
movimenta o vento que toca
as longas asas dele.

Ele sobe cada vez mais alto
e a sombra sobre seu coração
aumenta.

Seus olhos estão escurecendo.
A alegria que embelezava seu
rosto se desprendeu dele após
receber um golpe do inverno.

Meu abraço não aquece seu
corpo, sua pele outrora branca
e macia tornou-se acinzentada
como uma nuvem tempestuosa.

Lágrimas romperam a barreira
de seus olhos e começaram a
brotar pelos seus poros.

A maneira como morde seus
lábios roxos de frio para domar
seu grito de desespero consome
minhas palavras.

Sua dor faz o pássaro crescer,
a ponta das asas dele estão
manchadas com seu sangue.

Te abracei com toda força,
mas sua alma se esvaia
por meus braços.

Quando esse pássaro negro
sair do seu peito a luz voltará
a iluminar seus olhos.

Você lacrou todas as saídas,
me restaram palavras e com
elas tentei encantá-lo para
que te libertasse, mas foi em
vão.

Você ainda estava em meus
braços quando seu coração
parou de bater.

Vi o pássaro sair do seu peito
como sombra, ganhar forma
no ar e se perder na noite.

O silencio da morte foi quebrado
com o pedido que fiz ao céu para
que lhe devolvesse a vida porque
você foi meu grande amor...

Comovido com meu pedido
o céu tocou seu coração com
um relâmpago e o milagre
aconteceu.

Seu olhar voltou a iluminar
minha vida.


Autoria: Jordão Tomaz | Caiu no Papel dia: 12/10/2010
Caiu no Papel de quem? - Jordão Tomaz , e isso foi ás 12:48 1 papéis caídos |
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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Ali, mas sumi.








Quanta mudança alcança o nosso ser, posso ser assim - daqui a pouco não. Dura é a dor quando aflora. O nosso som pausou e por tanta exposição a disposição cansou, secou da fonte da paciência. Soluçao é a solidão de nós, deixa eu me livrar das minhas marcas, deixa eu me lembrar de criar asas. Só me resta agora acreditar que esse encontro que se deu não nos traduziu o melhor. Lembra o que valeu a pena foi nossa cena nao ter pressa pra passar.

(- Reticências, O Teatro Mágico)

----

Eu vôo lá no céu,
mas tem uma linha que
me mantêm ligada na terra.


Vezes e vezes senti o vento
me embalando,
seu doce som me ninando
e meus amigos - a rabiola -
me acompanhando.
Esses me ajudavam quando
uma turbulência me atingia,
e eram meus guias.

Sinto falta da segurança
que sentia quando
o menino corria à
minha frente
me puxando pela linha,
me ajudando a voar,
dando aquele impulso
tão necessário e
impossível. Só sonhar.

Nos dias de brincar,
ele não deixava nenhuma
outra pipa se aproximar,
pois seria bem provável
ela ter cerol e
minha linha cortar.
Se afastava e me cuidava.
Zelava.

O menino ficava
radiante enquanto brincava,
mas eu sou pipa,
ele não percebia minha gargalhada.
De toda forma procurava
demonstrar quão feliz
ficava em ser sua adorada e,
o máximo que conseguia era ficar,
lá no alto, mais agitada.
Ele parecia entender,
mesmo la de cima
feliz via que ele ria,
parecia que compreendia
que enquanto eu me agitava,
seu nome no ar escrevia.

Mas, até hoje, não entendo
como a linha foi cedendo.
Numa hora estava lá,
na outra, nem remendo!

Vai ver, de tanto voar,
eu quis me soltar
e ver no que ia dar
essa louca liberdade;
voei com as asas da saudade.

E cada vez mais longe,
mais alto, com sobressalto,
vou voando por esse mesmo
céu tantas vezes diferente:
hora nascente, hora poente,
mudando feito essa gente,
sempre com roupa diferente.

E o menino cresceu,
e da pipa se esqueceu.
Se olhasse para o céu
veria lá no véu
tudo que o papel da pipa não esqueceu;

Pois todo dia uma nova poesia
recheada de nostalgia
vai colorindo seu dia.


Autoria: Preta | Caiu no papel dia: 08/10/2010
Caiu no Papel de quem? - Preta - , e isso foi ás 19:22 0 papéis caídos |
Marcadores: Poema, Preta

terça-feira, 5 de outubro de 2010

O Rio





Gente que ficou por medo, gente naufragou. Dúvida é só lenda, será? O que amar é? Será que essa maré me levará pra onde? Sonho com suas águas puras, seus sabores, cores, iguarias, temperamento temperar, garimpar, bodas de prata, ouro, terra de leite, lua-de-mel.

(- Mar e Ilha, Henrique Cerqueira)

----

Descobri um lugar que
por vezes - e até hoje - me impressiona.

Enquanto caminhava
por uma floresta harmoniosa
e previsível,
surge à minha frente um
caminho mais complexo e diferente.

Mal sabia que já caminhava a
muito por esse trecho quando
encontrei ali um rio calmo.
Hoje entendo que os rios
mais tranquilos são os
mais profundos e imprevisíveis.

Fiquei, e ainda fico,
somente observando essas águas.

O ciúme tentou me controlar
quando, algumas vezes,
alguém ali mergulhava,
se banhava.
Mas ele não venceu minha barragem
criada a tanto tempo,
e hoje nem tenta mais me assaltar.

Nunca fui capaz de fazer
mais do que uma carícia na água,
mais do que somente refrescar
os pés, pois desaprendi a nadar,
me esqueci como mergulhar
e retornar à superfície.

Nos dias de muito sol e
calor, me sinto
tentada a arriscar um mergulho,
sabendo que para não me afogar
basta somente bater os pés e
com as mãos abraças a superfície.

Mas o receio é sempre maior.

Nesses dias as águas parecem
mais fortes, mais brilhantes...
Ameaçando ruir com minha
barragem que dia a dia reforço.
Mas todos estes esforços
para mantê-la de pé
me parecem frágeis demais.

Quando percebo uma
rachadura nova por onde,
inicialmente, foge um fio d'água,
corro - para estancar aquele
defeito da estrutura ou
para casa, que fica seguramente
distante, - ao menos enquanto
a barreira existir.

Auxiliei os peixes dourados e
raros que habitam ali
quando ameaçaram morrer
de fome e solidão.
Alimentei a eles quando todos
que antes se banhavam ali
se abrigaram em suas casas
do frio do inverno,
quando preferiam o calor
das suas casas e chás ao
profundo e frio calor daquelas
águas que existiam para poucos...

Desse modo, os peixes viraram
meus confidentes preciosos e eu,
a única que os compreendia.

Quando o rio ameaçou secar por conta
do sol castigante do verão e
a falta de sombra (já que o inverno fez os
ingratos lhe roubarem as árvores
para lhe renderem lenha no inverno),
tornei a trabalhar,
plantando árvores e flores nas
suas margens.

Me exaltava quando observava
que ali mergulhavam e não
pareciam se importar em
preservar aquelas águas.

Meu medo era que
aquele rio secasse tanto
que em certo ponto eu não
conseguisse mais tocar suas
águas, ouvir suas melodias...
Me assustava a idéia de que
poderia vir a se afogar em si mesmo;
em seus risos contidos;
em suas palavras caladas;
seus segredos inconfessados;
suas lágrimas secas;
seus sonhos impossíveis.

Mesmo sabendo do risco que
corro de um dia
escorregar para as águas
e a barreira finalmente se romper,
continuo a plantar conselhos,
cantar segredos,
sussurrar alegrias,
sorrir tristezas,
lançar poemas e
brincar com problemas...

Fugindo para casa
quando ele - o rio - fica
demasiadamente brilhoso ,
ameaçadoramente refrescante,
contagiosamente profundo,
perigosamente solitário e
impossivelmente amável.

... Ah o tempo em que barragem nenhuma havia e
o medo de me afogar não existia.


Autoria: Preta | Caiu no papel dia: 04/10/2010
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Marcadores: Poesia, Preta

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Declaração de amor








Se tiver amor a gente dá um jeito, a gente junto é fácil, tudo é tão perfeito. Se você soubesse tudo o que se passa, tudo desse compromisso que não passa...

(- Quase nada a ver, Henrique Cerqueira)

----

Você desvendou meu olhar muito cedo,

agora estou desprotegido ao amor que
destila dos seus lábios.

Seu rosto passou a se tornar o farol que
me guia por entre o mar de opala, em

meus sonhos escuros.

No começo estava arisco ao seu toque
como ferida que não se fecha, mas agora
meus olhos ficam marejados quando
penso na distancia, e em como a saudade
se desfaz com o calor do seu carinho.

Só você conheceu meu esconderijo.
Sou cativo do seu olhar perolado.

Com seu amor flamejante consumiu
minha ânsia pela morte e meu medo
de viver...

No seu sorriso reencontrei a alegria
de adormecer em paz e despertar
feliz.

Hoje posso delinear limites para
a minha sombra e vislumbrar o
porvir com olhos esperançosos.

Agora só me resta escrever
o quanto amo você...


Autoria: Jordão Tomaz | Caiu no Papel dia: 04/10/2010

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Marcadores: Jordão Tomaz, Poesia
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