domingo, 14 de novembro de 2010
Essência
Diga quem você é, me diga. Me fale sobre a sua estrada, me conte sobre a sua vida, e o importante é ser você mesmo que seja estranho. Seja você mesmo que seja bizarro, bizarro, bizarro.
(- Máscara, Pitty)
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é entediante para mim.
Não me atrai, se não pela beleza,
o vôo de uma borboleta;
Ela é dona de duas enormes asas
e possue um corpo leve e gracioso.
Me fascina é o vôo da abelha;
é dirigida por duas incolores e
delicadas asas
e seu corpo é grande e pesado.
O vôo da borboleta é belo;
o da abelha é mistério.
Tudo que é óbvio, em pouco tempo,
se torna á mim indiferente.
O elefante derruba e arrasta enormes
árvores;
Mas isso todos já esperam.
Já a formiga carrega sobre si
muito mais do que pesa;
Pequena notável.
A força de um elefante é grande;
a de uma formiga é fascinante.
Tudo que é escandaloso demais
me gera dúvida.
A cigarra canta e encanta no verão e depois morre.
No inverno ninguém conta sobre sua canção.
Já a aranha vive solitária no seu silêncio,
tecendo sua teia tão forte
com seus patas tão delicadas.
A cigarra morre com seu barulho;
a aranha vive pelo seu silêncio.
Tudo que me confunde faz com que
me enclausure na solidão.
Preferindo deixar de ser delicada
e facilmente entendida como a borboleta
para ser mais maciça,
portadora de ferrão e misteriosa
como a abelha.
Preferindo não ser tão facilmente notada
como o grande e forte elefante,
mas sendo uma simples e pequena,
porém forte, formiga.
Preferindo não cantar tão alto e bem
quanto a cigarra,
mas tecer minhas composições
solitária e silenciosamente
como a aranha.
Mas, de tudo, almejo ser
alguém por quem tenho enorme respeito.
Alguém que nem sempre entendo,
que quase sempre repreendo
e sempre busco aconselhar.
Pode não ser a melhor pessoa
que se possa achar,
mas é quem nunca irá
me abandonar.
Meu sonho é sempre ser
eu mesma.
Nada menos, nada mais.
Autoria: Preta - | Caiu no Papel dia: 15/10/2010
sábado, 6 de novembro de 2010
Espírito atemporal
Chove, mas como chove. Chuva, chuvisco, chuvarada. Por que é que chove tanto assim?
(- Chuva, chuvisco, chuvarada, Cocoricó)
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la fora com
a mesma força
com que as lembranças
caem sob meus olhos.
Os trovões não
iluminam esse
dia apagado
mas seu grito
de liberdade
nos faz querer
ficar confinados
dentro do quarto.
O barulho das
gotas d'água
que se chocam
contra o telhado
entram em sincronia
com meus pensamentos;
só fazendo eco
dentro da casa.
O céu tenta
escolher entre
as cores branco,
cinza ou azul-apagado
ao mesmo tempo
que tento decidir
qual o próximo
passo a ser dado.
Quando penso que
o céu já chorou todas
as suas lágrimas,
gritou todas as
suas mágoas e
deixou cair todas
as lembranças,
vem um novo
brado eufórico
que faz novamente
meu corpo encolher.
Não por surpresa.
Não por medo.
Mas por uma coisa
que ainda não sei
o nome.
É como se essa chuva
- de espírito tão
inconstante -
quisesse me mostrar
o quanto somos
parecidas.
Por mais que a estiagem
seque a fonte
que há em meus olhos
tentando desidratar
meu coração,
a tempestade de
lembranças um dia
volta e faz
com que meus olhos
voltem a verter água.
Nunca se sabe
quando se acaba
a estiagem ou a
tempestade -
não a do meu espírito.
Veja,
a chuva voltou
a cair lá fora.
Autoria: Preta - | Caiu no Papel dia: 05/11/2010
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Caos invisível
I can't keep up and I can't back down, I've been losing so much time. All of the things that I want to say just aren't coming out right, I'm tripping on words, you got my head spinning. I don't know where to go from here. Cause it's you and me.
(- You and me, Lifehouse)
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sabe o que pensar,
o que se deve falar?
O que fazer quando
o espírito quer gritar
mas está tão fraco á
ponto de se calar?
Para onde correr quando
se quer desaparecer mas
as correntes dos seus
pés não querem ceder?
Como encontrar no céu
o Cruzeiro e seguir em
frente em meio ao
grosseiro nevoeiro?
De que forma ir
se deitar e repousar
se o que os olhos querem
é vigiar o cricrilar?
Como tornar possível
o toque da pele quando
descobre que é seu
misto sorriso que o repele?
E como ao menos
chorar ou sorrir quando
não se sabe para onde ir?
De que adianta ter segredos
á lhe martirizar quando
não há em quem confiar?
O que fazer quando a
caneta quer descrever,
com tinta preta,
o brilho alvo de um cometa?
Como proceder se o
peito está sempre á doer
e não há na terra
a quem recorrer?
De que forma se decidir
a cantar ou sorrir
se os lábios se negam a abrir?
Esse humano segue
enquanto todos o olham
mas ninguém o percebe.
Sente que ninguém realmente
o compreende.
Alguns dizem que amam,
mas nem o entendem
(ou se esforçam para isso).
E na busca por um lar,
espera encontrar quem o
saiba realmente amar.
Colocar o caos no lugar,
docemente o piorar e,
ao mesmo tempo,
sempre elogiar o dia
que seus caminhos
começaram a se encontrar.
Autoria: Preta - | Caiu no Papel dia: 03/11/2010
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Trutero
Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida, com alguns bons amigos bebendo de bem com a vida.
(- Aquarela, Toquinho)
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abrevia o sofrimento,
a dúvida,
a confusão.
Amizade verdadeira é aquela
que pra sempre
permanece no coração.
Aquela necessária.
Aquela importante.
Aquela que se faltar,
você fica sem saber
o que fazer.
É aquela que você chama
de amigo,
amigão,
'truta do coração'.
Autoria: Preta - | Caiu no Papel dia: ?/01/2010
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